Fotografar a Copa do Mundo sempre foi o meu maior sonho, e cada experiência que tive ao longo dessa jornada intensa só aumentou minha paixão e entusiasmo!

Desde muito jovem, assistia aos jogos de futebol na casa dos meus tios, e conheci o meu time de coração acompanhando cada lance com empolgação. Durante o período da Copa do Mundo, eu e meus vizinhos tínhamos a tradição de pintar as ruas com símbolos e cores vibrantes, criando uma atmosfera de pura emoção. Os dias de jogos do Brasil eram verdadeiras loucuras, repletos de alegria contagiante.

Com o tempo, o curso de publicidade me levou ao fascinante mundo da fotografia, mais no campo da comunicação social e do jornalismo que encontrei minha verdadeira paixão registar historia de uma nação atraves da fotografia de noticias. Ainda durante o colégio eu conquistei uma vaga de trabalho no maior jornal do Brasil, mesmo não atuando no jornalismo mergulhei na atmosfera de um veículo comunicação  mais importante do Brasil a Folha de São Paulo.

Quando dei início à minha carreira como fotojornalista, abandonei minha posição de CLT na Folha de São Paulo e tornei-me uma fotógrafa freelancer trabalhando para agencia de noticia e publicando minhas fotos nos principais jornais, revistas e sites de notícias do Brasil e do mundo.

A partir desse momento, dediquei-me a fotografar diversos temas no mundo do jornalismo: esportes, política, cotidiano e entretenimento. Na editoria de esportes, tracei um caminho incrível, fotografando desde jogos de futebol amador e campeonatos regionais até o Campeonato Paulista, o Brasileirão e a Libertadores. No entanto, meu sonho sempre foi chegar à Liga dos Campeões e à Copa do Mundo. (consegui)

Nunca parei para pensar em futebol exclusivamente para homens ou mulheres, para mim sempre foi uma paixão igualitária. Embora soubesse que existiam desafios, como mulher ser minoria nas equipes de fotografia esportiva nos estádios brasileiros era algo comum, sempre ouvir comentários negativos sobre mulheres fotografas no futebol, dizendo que não era o nosso lugar. Falavam que deveríamos nos limitar a fotografar famílias em estúdios ou, no máximo, eventos de casamento. Apesar disso, eu acreditava no meu trabalho e na minha paixão pelo futebol, e, com consistência, a FIFA me concedeu a oportunidade de fotografar minha primeira Copa do Mundo Feminina em 2011, na Alemanha.

Aquela foi a experiência mais incrível da minha vida! Parti sem falar uma palavra de inglês, com uma mistura de frio na barriga e curiosidade. Era minha primeira viagem à Europa, uma época em que não havia canais de YouTube com dicas sobre os lugares, como fazer isso ou aquilo. Então, fui com coragem e determinação, ao lado do meu parceiro de vida, que na época era meu namorado e hoje é meu esposo. Com uma mochila contendo um equipamento fotográfico mediano para um evento daquela magnitude, usei um tradutor no computador e o Wi-Fi do aeroporto para tentar me comunicar com um alemão e comprar um ticket de trem para chegar ao meu destino. Confesso que faria tudo novamente, pois foi incrível! Tudo foi emocionante e cheio de surpresas.

Conheci paisagens deslumbrantes, visitando várias cidades da Alemanha, enquanto fotografava os jogos da Copa do Mundo Feminina de 2011. Conectei-me com atletas guerreiras, cada uma com uma história de vida única, mas todas com o mesmo sonho de jogar futebol.

Durante a cobertura da Copa do Mundo Feminina na Alemanha, fui entrevistada pela Al Jazeera e pela revista brasileira Fotografe Melhor, contando sobre minha primeira Copa e como ser uma mulher fotógrafa em um evento mundial feminino. Além disso, fui convidada para expor minha foto do evento no Museu do Futebol em São Paulo, contribuindo para contar a história do futebol feminino.

No Brasil, em 2013, tive a oportunidade de fotografar a Copa das Confederações, e, em seguida, a Copa do Mundo de 2014, ambas no Brasil (ambas masculinas). Essas duas experiências ficarão marcadas para sempre em minha memória, pois o sonho de qualquer brasileiro é assistir a uma final de Copa do Mundo no Maracanã. Embora nossa seleção não tenha conquistado o título, tive a oportunidade de fotografar a final entre Alemanha e Argentina, na cidade do Rio de Janeiro, no icônico estádio do Maracanã. 
Em universo culturalmente masculino, cedi mais entrevistas a jornais, revistas e canais de tv sobre a jornada de ser mulher fotografando mundial de futebol e dessa vez no pais do futebol.

Impulsionada a fortalecer o futebol feminino, embarquei para o Canadá em 2015 para fotografar minha segunda Copa do Mundo Feminina, além dos Jogos Pan-Americanos. Foram dois meses repletos de fotos de esportes em um país que eu amei conhecer. Foi nesse momento que percebi que ir além de um sonho: fotografar esses eventos era uma oportunidade única de fazer conexões incríveis.

Em 2019, parti para a França para minha terceira Copa do Mundo Feminina. Essa aventura foi diferente das anteriores, pois foi a primeira vez que viajei 100% sozinha, passando 45 dias na Europa, sendo 35 dias dedicados à cobertura da Copa do Mundo Feminina na França e 10 dias a outros eventos. Enfrentei diversos desafios, desde temperaturas variadas até restaurantes fechados após os jogos. Os preços elevados dos trens que me fizeram alugar um carro, o que me permitiu conhecer paisagens deslumbrantes ao percorrer o interior da França. Aprendi a lidar com as dificuldades e tive a oportunidade de fotografar minha mais bela Copa do Mundo. Durante essa competição, a jogadora Marta estabeleceu um recorde, tornando-se a maior goleadora de todas as Copas, tanto masculinas quanto femininas. Embora o Brasil não tenha conquistado o título da Copa do Mundo, minha cobertura foi memorável. Fiz novos amigos e retornei para casa com várias publicações em jornais e revistas, além de muitas histórias para contar.

Agora, meu próximo objetivo é bater um recorde no Brasil: ser a única fotojornalista mulher a fotografar a quatro Copa do Mundo Feminina da FIFA, e esse ano de 2023 que será realizada na Austrália e na Nova Zelândia. 

Para tornar esse sonho realidade, vou precisar da sua ajuda.